terça-feira, 20 de setembro de 2011

QUAL A NECESSIDADE DA ORAÇÃO?


1º A oração leva-nos a perceber mais claramente os nossos desejos e necessidades espirituais.
2º A verdadeira oração nos desenvolve no espírito, nas forças espirituais, por que nos encontramos em lugar secreto.
3º A oração nos dá o exercício espiritual de que precisamos, especialmente no tocante à nossa dependência de Deus.
4º A oração dá ou cria mais fé. Quando chegam as respostas e benção de Deus, aumenta a nossa fé.
5º A oração também poder servir de escola da alma para ensinar a vontade de Deus na vida.

Mc 11:23,24 e Mt 17:20
            Monte: Esta declaração é uma hipérbole.
            No tocante a acontecimentos físicos reais, o próprio Jesus não tentou mover literalmente um monte. Mas no terreno espiritual ele arredou, muitos obstáculos gigantescos. É que Jesus não estabeleceu limites ao poder da fé e da oração. Todo bem que vem a um homem, virá se ele for homem dotado de verdadeira fé.
            A fé é uma relação com Deus no nível da alma, mediante o que o homem é espiritualizado, podendo receber a benção divina.
            Quando alguém se “entrega a Cristo”, para que todo o seu ser seja absorvido por ele, pois para o tal “o viver é Cristo”. Sl 2:20; Fl 2:21, então esse homem terá o poder divino a fluir em sua vida. O homem espiritualizado é aquele que confia, é aquele que ora segundo a vontade divina e não de modo humano e egoísta.
            O homem que ora verdadeiramente, ora com sua alma; e quando seus lábios estão silentes, ainda assim o Espírito Santo intercede por ele com gemidos que ultrapassam ao poder de expressão da humanidade. Desse modo um homem, no nível da alma, pode “orar sem cessar” I Tes 5:17. É a oração eficaz e fervorosa do homem reto que muito vale, Tg 5:4-6.
            Obs: Meditemos por um momento na presença espiritual conosco. Se Deus está conosco, por intermédio de seu Espírito, então pensemos no que isso significa para o poder da oração. Então eu oro. E quando oro o poder espiritual toma conta de mim, ultrapassando em muito às minhas forças e poderes. Esse poder espiritual faz a obra.
            Mt 17:20 - Pequenez da vossa fé.
            Jesus usou esse termo por diversas vezes para mostrar a debilidade humana em confiar, aceitar e aplicar a “fé de milagres”.
            Mt 6:30 - Fala contra a ansiedade por causa das necessidades da vida, como alimentos, vestes, etc...
            Mt 8:26 - Aqui se fala do medo dos discípulos em meio à grande tempestade no mar.
            Mt 14 - Pedro falhou ao tentar andar sobre o mar.
            Mt 16:8 - Cuidaram muito da provisão de alimentos e não entenderam o ensino de Jesus acerca do fermento dos fariseus.
            Mt 17:20 - Temos realmente um outro uso da expressão, o que forma um total de seis ocorrências; mas aqui a forma da palavra é um substantivo, única ocorrência desta espécie no N.T. Jesus não quis dizer que os discípulos não tinham fé, e, sim que a fé deles ainda era débil, realmente fraca demais para realizar um milagre daquela envergadura. Não exerceram a “fé de milagres”, pelo menos nessa oportunidade.
            “Fé como grão de mostarda”. O grão de mostarda não era, realmente, a menor de todas as sementes, no sentido botânico estrito, embora seja semente minúscula, em comparação ao tamanho da planta que produz. Jesus ilustrou, portanto, o poder da fé, que pode produzir muito além do grau que seria de esperar: o grão de mostarda é insignificante, mas o seu resultado é notável. A semente de mostarda tem em si mesma, o potencial de produzir uma grande planta.
            Grão de mostarda era uma expressão proverbial para indicar qualquer coisa minúscula; mas o resultado desse grão não podia ser reputado pequeno ou insignificante. Sem dúvida Jesus subentendeu a qualidade de fé, isto é, indicou que a fé deve vir de Deus e ser posta em Deus, como produto da personalidade de Deus. O indivíduo que possuísse essa fé, ainda que em quantidade mínima, pode fazer grandes coisas e até mesmo remover montanhas.
            Nos tempos de Jesus os rabinos que se destacassem pela sua inteligência, intuição ou caráter eram apelidados de “removedor de montanhas”.
            Jesus tinha essa idéia em mente, aqueles que participam da verdadeira fé em Deus, que participam do desenvolvimento espiritual por ele exigido, e que estão no processo de serem transformados à imagem de Cristo, são os autênticos “removedores de montanhas”. Geralmente as pessoas enfrentam “montanhas” todos os dias, na experiência humana.

Lc 18:1-8
            Lc 18:2 - Juizes. Os juizes deveriam ser pessoas que tivessem as qualidades... sabedoria, mansidão
(ou modéstia), temor (isto é de Deus) e ódio a mamom
(ou dinheiro), amor à verdade, amor ao gênero humano, e ser senhor de um bom nome. Porém nesta passagem o juiz não tinha nenhuma dessas qualificações.
            Lc 18:3 - Viúva. Aqui aparece como símbolo daqueles que precisam ser defendidos contra a exploração alheia, alguém relativamente sem defesa, verdadeiramente dependente da bondade de terceiros para a sua sobrevivência. Uma das mais vigorosas acusações de Jesus contra a classe eclesiástica de seus dias é que aquelas autoridades religiosas defraudaram às viúvas, furtando-lhes a sua herança, apresentando acusações, injustas contra elas, apossando-se assim de suas propriedades. O caso em foco fica subentendido como um caso de opressão contra a viúva.
            Lc 18:6 - Devemos seguir o exemplo dessa mulher, orando de maneira incessante, aprendemos a lição difícil que as respostas às nossas orações pode ser adiada, e que talvez isso requeira uma entrega absoluta e a determinação de obter respostas para as nossas orações. E as razões para tanto são alistadas abaixo:
1º O motivo dessa demora não é que Deus deixe de entender-nos, ou que relute em responder-nos. A demora não visa ao benefício de Deus, e, sim o nosso.
2º A oração disciplina é, por si só, um ótimo edificador do caráter cristão, que nos ensina a buscar o mundo lá do alto, que só se preocupa em conservar o contacto com as coisas divinas, em existência terrena de outra forma dolorosa. A prática da oração deve ser complementada pela prática da meditação, porquanto esses dois exercícios se completam, e formam os lados da “expressividade” e da “atenção” de um exercício espiritual. Espera-se que, durante a meditação, Deus empregue nossas faculdades intuitivas a fim de informar-nos sobre a resposta que procuramos, no homem interior. Algumas pessoas chegam a passar por experiências místicas nesse exercício, e recebem respostas mais vívidas do que a intuição geralmente lhes propicia.
3º Deus adia as respostas às nossas orações a fim de que nossos motivos e alvos sejam purificados. Nada recebemos porque pedimos erradamente, por motivos egoísticos, de forma ignorante ou estúpida.
4º Deus demora em responder-nos a fim de que o nosso desejo seja intensificado, e então, com o desejo intensificado, a busca se torna automaticamente mais intensa, e assim, o resultado final pode ser muito mais completo e satisfatório do que de outra maneira. Assim acontece no caso da oração. Trata-se de uma disciplina; é uma maneira de obter um novo vislumbre do destino e do propósito de existência, embora seja um caminho árduo, porquanto essas coisas só em suas mais claras perspectivas para aqueles que as desejam acima de tudo, e que não aceitam recusa às suas orações.
5º É possível que somente por meio de uma busca tão apaixonada assim é que a maldade deste mundo possa ser vencida, porque conforme já se tem dito de determinados esportes: “A melhor arma é o ataque”. A arma da paciência, acrescentada à fé, torna-se uma força poderosa. Podemos cobiçar respostas imediatas, fáceis e baratas, que nada tenham em si mesmas senão alguma vantagem ou conforto egoísticos, quer para mente, quer para o corpo. A vida entretanto é uma escola, e muitas lições de amor e de sofrimento precisam ser aprendidas ainda. O sofrimento torna a alma mais profunda, e o propósito central dessa existência terrena é justamente aprofundar a alma. Talvez desejamos usar a oração como se fora a chamada “lâmpada de Aladim”, mas Deus estabeleceu outras regras para a resposta na oração.
6º Em seguida voltamos a atenção para os resultados da oração, e vemos que assim como o lar se torna mais querido quando a viagem de volta ao mesmo é mais longa e acidentada, assim também o resultado final da oração é mais precioso quando sofremos a fim de obtê-lo. O próprio sofrimento nos transforma e pessoas diferentes, mais capazes de buscar e de obter alvos dignos. Mas eis que então nos lembramos da oração de Jesus, feita no horto do Getsêmani, por três vezes repetida e proferida em agonia. Outrossim, precisamos aprender ainda uma outra lição muito difícil: a oração nem sempre é respondida, a despeito da diligência de nossa busca. Contudo, se a alma se desenvolveu nesse processo, isso, por si só, já é uma resposta aceitável, e então podemos deixar o resto nas mãos de Deus. E assim podemos perceber a mão de Deus a proteger-nos bem como os seus propósitos a guiar-nos perenemente. Então somos prostrados mas não destruídos; ficamos exaustos, mas não totalmente vencidos; falhamos, e apesar disso os desígnios e propósitos de Deus para as nossas vidas são cumpridos. Todavia a nossa fé jamais falha, porque cremos que apesar de tudo, em última análise, nos sobrevirá o bem.

            Lc 18:7 - Mas Deus se demora a fim de testar a nossa fé, a fim de ensinar-nos melhor nos discipulado; e além disso, de acordo com o elemento tempo, ele sabe o momento mais vantajoso para nós, sem importar se sabemos disso ou não.
            Lc 18:8 - A aplicação geral desta parábola é que temos o dever de exercer aquele mesmo tipo de fé e de oração persistente da viúva pobre. Ela não ficou desanimada ante a demora, mal voltava cada vez maior insistência, solicitando que se reconhecesse o direito de sua causa e que se tomasse ação justa a respeito. E a persistência dela foi tão intensa que até mesmo um juiz indiferente e sem escrúpulos não foi capaz de resistir às suas solicitações. Deus também pode demorar-se e suprir-nos a resposta, sem esperar que esta seja vazada em termos gerais, a saber, concernente a todos os acontecimentos de nossas vidas ou seja vazada em termos específicos, fazendo justiça em casos de perseguição contra nós. O que é certo é que os adiamentos de Deus são efetuados de acordo com a sabedoria porquanto há um momento para todas as coisas. O socorro eventual de Deus entretanto, é algo que nos está absolutamente assegurado.

Um dos primeiros assuntos com os quais um crente entra em contato é a oração. Através dela ele se comunica com Deus e começa o caminhar da vida cristã. Ele aprende que Deus responde as orações e espera que isso aconteça. Ocorre, porém, que muitas vezes vem a frustração porque sua experiência não corresponde ao ensino. Onde estará o erro?

Sabemos que não há dificuldades em Deus. Suas promessas são fiéis e verdadeiras. Acontece que o desconhecimento dos princípios que regem a vida de oração, pode estar na causa do fracasso e das orações não respondidas. A solução, portanto, é descobrir esses princípios e orar de acordo com eles, para que a vitória se transforme na experiência do dia a dia.

Este é o segundo livro da série Escola de Oração, que estamos apresentando. Nosso objetivo é treinar um verdadeiro exército na vida da oração, até que nosso País inteiro se transforme num santuário. Todos os livros desta série visam, em particular, os Guerreiros da Oração.

Quando Deus nos enviou de volta ao Brasil, a primeira ordem dada no local de jejum e oração, foi para treinar intercessores. Temos ministrado sobre o assunto, mas agora escrevemos os manuais de treinamento crendo numa resposta de milhares.

Quando a igreja aprender a orar, Satanás terá que sair do caminho. A solução dos problemas do Brasil será gerada por esse exército de intercessores, dessa Igreja em armas. Mas cada um precisa aprender como encontrar vitória pessoal, antes que torne um intercessor bem sucedido. Daí porque começamos com Comunhão e Princípios de Fé e agora lançamos Tipos de Oração, esperando depois oferecer outros títulos complementares: Orando a Palavra, Intercessão, Batalha Espiritual e Jejum e Oração.

Enquanto estudamos sobre oração, estamos antevendo algo que há de acontecer em nosso País, que abalará suas estruturas. Você já pensou o que será o Brasil transformado num Santuário? Um país onde o incenso do louvor e da adoração subirá constantemente a Deus, onde cada lar será um núcleo de oração? Tudo começará por você e por nós, numa cadeia que irá crescendo até que a visão se transforme numa realidade.

Nada, absolutamente nada, acontece na terra sem que seja resultado de oração, e não existe maneira de nos aproximarmos de Deus, de entrarmos no Reino do espírito e trazermos as bênçãos espirituais para a realidade material, sem ser através da oração. Então convém investir no desenvolvimento da arte de orar.

Estamos orando para que Deus use antes estudos transmitidos pela televisão, fitas-cassete, vídeo e página impressa. Nós cremos no mover do Espírito de Deus em toda a terra, e queremos convidá-lo a responder ao desafio de oração por todo País e as nações do planeta. Que tal construímos paredes de oração em volta de cada vila, em cada aldeia, cada município, cada cidade, cada estado, do País inteiro, cobrindo está nação com as nossas orações?

Todavia, antes que isso se faça, antes que alguém se torne um intercessor efetivo, precisa saber como resolver seus próprios problemas. Antes que alguém se torne um guerreiro, que entre em tremendas batalhas contra principados, potestades e domínios do mal, para afetar cidades inteiras, vilas, estados e nações, é preciso conhecer a Deus e aprender a descobrir o segredo de viver com Ele, tendo suas próprias orações respondidas.

Oramos para que o presente estudo seja uma bênção na sua vida. Certamente não podemos ensinar-lhe a orar. Estamos apenas falando sobre oração. Cremos, porém, que enquanto você se expõe ao que a Bíblia diz sobre a matéria e se dispõe a orar, o Espírito Santo, que é o Mestre da oração, virá em seu auxílio e tornará sua vida com Deus cada vez mais real.

Introdução: Ao iniciarmos a presente série nos programas de televisão, "A Palavra da Fé", lançamos um desafio que agora vai para a página impressa: Precisamos encontrar uma posição em Deus na qual venhamos a ter todas as nossas orações respondidas.

Você gostaria de ver todas as usas orações respondidas? Muitas vezes, ensinando-se sobre oração, costuma-se dizer que existem três respostas que Deus dá às nossas petições: "sim", "não" e "espera". Mas amado, existe uma possibilidade de aprendermos a orar de tal maneira que a resposta para todas as nossas orações seja "sim." Há uma posição em Deus que nos leva a orar em linha com o que está em Seu coração e, consequentemente, receber uma resposta positiva.

Quem vai semear sem planejar a colheita? Qual o agricultor que lança a semente na terra e nada espera de volta? Que pescador vai ao mar sem planos de trazer as redes cheias? Quem vai ao trabalho e não conta com seu salário? Quem leva a petição ou caso ao tribunal ou alguma repartição, sem esperar deferimento? Mas evidentemente existem leis que governam todas essas coisas, desde o semear ao relacionamento com os homens e suas instituições. O mesmo ocorre na vida de oração, e se nós apreendermos a fluir com tais leis e princípios, teremos a alegria de ver as nossas orações respondidas. Jesus declarou: "Até agora nada tendes pedido em meu nome; pedi e recebereis para que a vossa alegria seja completa" (Jo. 16:24).

Olhando para os Evangelhos, não encontramos Jesus fazendo provisão para o fracasso, mas para a vitória. Deus é maravilhoso, Ele é um bom Deus, tem prazer no bem e prosperidade dos Seus filhos (Sl. 35:27) a quem ama tanto e deu Jesus para atraí-los de volta para Si, em comunhão de amor! Ora, "Aquele que não poupou a Seu próprio Filho, antes, por todos nós O entregou, porventura não nos dará graciosamente com Ele todas as coisas?" (Rm. 8:32).

A oração é aquele meio de comunicação que Deus mesmo estabeleceu para que os homens se relacionem com Ele. No primeiro livro desta série, já falamos bastante sobre essa comunicação e comunhão de amor. Deus é uma pessoa! Coloque isso no seu Espírito: Deus é uma pessoa! O que ocorre quando você cumprimenta alguém com quem se encontra? Ele responde ao seu "bom-dia", seu aperto de ma, seu abraço, sua palavra, seu sorriso? É claro que sim. Por quê? Ele é uma pessoa e tanto se comunica quanto responde à comunicação de outra pessoa.

Pois bem, você é uma pessoa e Deus é uma pessoa. Quando você se relaciona com uma pessoa, você espera em resposta. Ora, Deus também é uma pessoa. Quando eu digo "bom-dia, Senhor", espero uma resposta. Quando sorrio para Ele, ou falo com Ele, espero uma resposta. Quando Lhe faço uma pergunta, ou consulta, espero que Ele me responda, porque Ele é uma pessoa, apesar de não ter corpo como o meu e meu espírito estar limitado dentro de um corpo material.

Ora, onde existe um relacionamento entre duas pessoas, há uma comunicação e uma comunhão. E como gostaríamos de lhe poder transmitir uma convicção: Oração, mais que tudo, é a comunicação íntima entre duas pessoas que se amam, Deus e você. É um relacionamento que transcende palavras.

Muitas vezes a Igreja pensa em oração em termos de fórmulas religiosas, palavras rebuscadas, maneiras afetadas, ritual vazio, destituído de vida e calor humano. Uma mera formalidade religiosa. No entanto há um nível de oração que difere de tudo isso e se torna uma gloriosa aventura de fé.

Quando você se relaciona com as pessoas, existe uma espontaneidade. Por que não agir assim com Deus? Há muitos que quando voltam para Deus parecem ter engolido um cabo de vassoura. Ficam estáticos, imóveis. Mas Ele é uma pessoa amada, muito querida, razão da vida, que vive em nós, está conosco, é um conosco, se é que temos provado o novo nascimento. Portanto, falando de oração, não pensamos em fórmulas, mas em relacionamento.

Como relacionar-se com o Pai, como ouvir Sua voz? Como se comunicar com Ele de tal maneira que o Céu desça à terra e você comece a viver na atmosfera celestial? Quando você nasce de novo se torna do Reino e, embora seus olhos físicos não possam ver Deus como você vê seu vizinho e apertar a Sua mão como o faz com seu irmão, há um relacionamento espiritual e você pode chegar a um estágio de comunhão com Ele tão íntimo, que Ele se tornará a pessoa mais real que você conhece, até mais do que seu marido ou mulher, ou irmão ou pai.

Não conheço na terra alguém mais real que o meu Senhor. Quando olho para os homens vejo corpos e, mesmo conversando, não sei quanto de si mesmos estão passando, mas com Deus é diferente. Ele é real! Posso ter uma intimidade constante com Ele, um relacionamento transparente, sincero e verdadeiro, pois ninguém me conhece como Ele e, no Seu amor e graça, revela-Se ao meu coração e posso andar com Ele como um filho anda com seu pai.

Encontrei-me com Jesus no dia 20 de junho de 1963, numa tardinha. Ali entendi, naquele encontro, que esse Deus passou a ser o meu Senhor, a viver em mim e cuidar de mim. Eu era apenas uma adolescente de quinze anos, mas durante essas quase três décadas vivendo com Ele, nunca tive uma única necessidade que não fosse satisfeita pelo veículo da oração, pelo que posso me levantar e dizer: Deus é fiel às Suas promessas e sei e tenho provado que Ele responde as nossas orações.
Não posso ensinar-lhe a orar, mas vamos estudar sobre oração. O Espírito Santo, o Mestre, está aí com você e vamos entrar em concordância com Ele, submetendo-nos à sua direção e luz, para que o presente estudo seja tão simples que até uma criança possa entender e entrar em um relacionamento com o Pai, que resulte em uma vida de oração bem sucedida. E minha súplica a Deus e que você, amado leitor, para quem está matéria foi preparada com tanto amor e regada de oração, seja levado a uma nova dimensão no seu relacionamento com o Pai e tenha a alegria desejada por Jesus de ver suas orações respondidas.

Mergulhemos na gloriosa aventura da oração, como um modo de viver, até que este País seja tomado de norte a sul, leste a oeste, por grupos de oração nos lares, nos templos, nas escolas, nos hospitais, nas fábricas, nos escritórios, nos parlamentos, enfim, em todos os lares, pois é pela intercessão que Deus se manifestará em nossa Pátria e mudará o rumo da História.

1- A Harmonia Com as Leis do Reino
Tudo é simples na vida de oração, contudo exige alguma coisa, pois estamos lidando com um Reino, que é espiritual. Todo Reino tem uma constituição que governa suas leis, princípios e instituições. O mesmo ocorre no reino de Deus. Aliás os homens têm apenas seguido padrões Divinos sobre a justiça, apesar de todos os desvios e corrupções. Pois bem, a Bíblia, Palavra de Deus, é a Constituição do Seu Reino, ao qual pertencemos por direito de nascimento espiritual em Cristo.

Você tem verificado na vida do nosso próprio País, que todas as leis e atitudes, até mesmo do Presidente, devem estar de acordo com a Constituição da República e ela é a base para o julgamento de todas as leis e atitudes. Até a autoridade maior não pode agir contrária a ela. Existem instituições que velam pela sua observância. "Toda verdade é paralela". Aplicando ao Reino espiritual, diríamos que o segredo das orações respondidas afirmativamente, é orar de acordo com a Constituição do Reino. Isso que dizer se orarmos de acordo com as cláusulas constitucionais do Reino, não há como não receber o devido deferimento.

Se as coisas são assim, como cremos que de fato são, coloca-se diante de nós um grande desafio: Aprender os princípios e leis que governam o Reino de Deus; conhecer bem a sua Constituição para agir de acordo com ela e ir a Deus também de acordo com o que nela está escrito, pois Ele não muda e os anjos não aceitam suborno.

Jesus diante do túmulo de Lázaro, levantando os olhos para o Céu, disse: "Pai, graças te dou me ouviste. Aliás, Eu sabia que sempre me ouves..." (Jo. 11:41,42). Que maravilha! Esse estudo visa exatamente isto: Levar-nos a uma posição em que possamos dizer como Jesus, nosso padrão em tudo: "Pai, graças te dou porque sempre me escutas." A convicção do Salmista é a mesma: "Ó, Tu que escutas as orações, a Ti virão todos os homens" (Sl. 65:2).

A maioria das pessoas não sabem o que é oração. Pensa que é ficar repetindo coisas decoradas, sem nelas colocar o entendimento e o coração. Outros acham que orar é choramingar diante de Deus, usando expressões de auto-compaixão: "Pobre de mim! Sou um coitado! Um sofredor!" Há quem julgue que oração é ir a Deus sua listinha do supermercado, apresentando todas as suas necessidades. Outros ainda afirmam que orar é simplesmente "falar com Deus." Acontece que você pode falar com uma pessoa, sem se envolver com ela. Orar é mais do que tudo isso.

Definições de Oração
Oração não se define, nem se ensina. Só há um meio de conhecê-la e aprendê-la: Orando. Assim como aprendemos a nadar, nadando, aprendemos a orar, orando. Quando duas pessoas convivem, o relacionamento se torna natural. O mesmo ocorre em nossa vivência com Deus. Mas elaboraremos sobre o assunto, dando algumas definições, numa tentativa de transmitir a importância do assunto em pauta.

Como vimos no primeiro livro desta série, Comunhão e Princípios da Fé, oração é um modo de viver. A nossa vida deve ser uma oração. Mas aqui vão alguns pensamentos sobre está fascinante matéria:

Oração é uma comunicação entre nosso espírito recriado e o Espírito de Deus que em nós habita. É a expressão que resulta de um relacionamento íntimo com o Senhor residente em nosso coração, pelo Seu Espírito.

A oração é a chave para o sucesso em cada área da vida. 100% de oração, 100% de sucesso. É possível orar o tempo todo? Sim. Dia e noite. Durante o dia você pode, conscientemente, conservar a ligação. Nas horas de sono, também. Nosso espírito não dorme. O corpo é que dorme. Podemos por a cabeça no travesseiro orando: "Espírito de Deus, ministra ao meu espírito nas horas de sono", e Ele o fará.

Oração é a comunhão com Deus. Nossa vida inteira deve ser estabelecida sobre o fundamento de uma comunhão pessoal, profunda e íntima com Deus. Uma ligação permanente (I CO. 6:17). Oração é um encontro do Pai celeste com Seu filho, numa comunhão de amor.

Oração é comunicação com um Deus pessoal e digno de confiança. Deus é uma pessoa! Deus é digno de confiança! Ele é um Deus pessoal que Se relaciona conosco numa base pessoal. Nosso olhos de carne não O vêem, mas Ele é real e se comunica com Seus filhos.

Oração é comunhão com um Deus residente no cristão. No Velho Testamento, Deus estava no meio do povo, era pelo povo, mas não estava no povo. No Novo Testamento, Deus não somente está em nosso meio, é por nós, mas está em nós, pelo Seu Espírito residente em nosso espírito.

Oração é o primeiro passo para o conhecimento de Jesus. "Todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo" (Rm. 10:13). O homem vai a Jesus pela oração, e todo o seu andar com Ele é firmado na oração.

Oração é reconhecer a presença de Deus. É o meio de conhecê-Lo inteiramente e lançar mão de Suas promessas. Não O vemos, mas O reconhecemos. É ter consciência de Deus. É trazer a alma sobre os joelhos, é o caminho para o homem entender o plano Divino para sua vida.

Oração transcende palavras. Uma atitude para com Deus, pode ser uma oração. Um pensamento pode ser uma prece. Um descanso em Deus é uma forma de oração. O estar na Sua presença, em silêncio, um inclinar-se, uma lágrima, um suspiro, uma exclamação, um sentimento, tudo pode ser uma forma de oração.

Você pode desenvolver um relacionamento tão íntimo com o Pai, que onde você vai, a consciência de Sua presença não se aparta de você. Na rua, na fábrica, na escola, em casa, num transporte, numa loja, na feira, em qualquer lugar a consciência de que Ele está presente lhe acompanhará e você, embora vivendo na terra, estará em comunhão com o Céu.
Há diversos Tipos de Oração
Já está claro que oração é um modo de viver; que a vida pode ser uma oração; o dia pode abrigar uma única oração consciente, que se inicia ao despertar e termina ao adormecer, mas o relacionamento com Deus, como um modo de viver, tem várias facetas. Dissemos existirem leis e princípios que governam a vida de oração. Então voltemo-nos para a Palavra e examinaremos a matéria.

Paulo declara em Efésios 6:18:

"Com toda a oração e súplica, orando em todo o tempo no Espírito e para isto vigiando com toda a perseverança e súplica para todos os santos" (Ef. 6:18).

"Com orações e súplicas de toda a sorte, orai em todo o tempo , no Espírito, e para isso vigiai com toda a perseverança e súplica por todos os santos" (Bíblia de Jerusalém).

"Orai sempre com toda a espécie de orações espirituais, e não esquecendo em vossas orações todos os irmãos e irmãs" (J.B. Philips).

"Use cada tipo de oração e súplica" (Goodspeed).

"Pela instrumentalidade de cada oração e súplica" (Wuest).

"Orai em todo tempo (em cada ocasião, em cada época) no Espírito, com toda a maneira de oração e súplica" (Amplificada).

Lendo o texto acima chegamos a uma conclusão: Apesar de todo o nosso relacionamento com Deus ser definido numa palavra, oração, há diversos tipos de oração. E é aqui onde nossa ignorância é grande, o que explica a falta de resposta para a maioria das orações. Essa é uma arte da qual muito se fala e pouco se conhece. Todavia, para que a oração seja respondida, deve ser feita de acordo com o princípios estabelecidos na Palavra de Deus.

Quando você vai semear, planta sementes. Toda semeadura é feita com sementes, mas existem vários tipos de semente e cada uma delas produz de acordo com sua espécie, seu tipo. Se alguém que arroz, planta sementes de arroz. Se quer milho, planta sementes de milho. Se alguém quer laranjas e plantar sementes de abacate, nunca chegará lá.

Olhemos para outra ilustração: Você entra em uma farmácia. O que encontra? Medicamentos. Para que servem? Para curar enfermidades. Mas há diferentes tipos de medicamentos, para diferentes tipos de enfermidades. Só se alcança resultado positivo, quando se usa o medicamento específico para a doença específica, pois cada um tem certos tipos de propriedades destinadas a debelarem um certo tipo de mal. Cada tipo de remédio foi preparado para sarar um tipo específico de enfermidade. Seria uma loucura alguém dizer: "Qualquer remédio serve para qualquer doença." Se alguém está com hepatite e toma iodo, é fatal.

O Brasil é conhecido pelo futebol. É um País que gosta de esporte. Há muitas modalidades de esporte, mas cada uma segue regras estabelecidas. Suponhamos que em uma das copas mundiais, os jogadores brasileiros decidissem usar regras de voleibol no jogo de futebol. O que aconteceria? Uma terrível bagunça! Uma verdadeira confusão!
Pois bem, há muita desordem na vida de oração, porque as pessoas ainda não entenderam que existem diversos tipos de oração com princípios distintos e resultados específicos. Se, por exemplo, você precisa de alimento, fará uma oração que obedece a princípios que diferem daquela que faria por um filho que está perdido, ou daquela que busca conhecer a direção de Deus para uma decisão na vida. Se você quer expressar gratidão a Deus por uma bênção, será diferente do modo de agir em se tratando da expulsão de um demônio. Você ora por uma necessidade pessoal seguindo princípios diferentes daqueles que obedecem a intercessão por uma outra pessoa, e assim por diante.

O Desafio do Aprendizado e Oração
Como oração é comunicação com Deus, nunca saberemos tudo e cada dia seremos chamados a crescer no conhecimento dessa arte. Desde que me encontrei com Cristo, no dia 20 de junho de 1963, dediquei-me à oração. Umas das maiores preocupações, logo no início da vida cristã, era manter a vida devocional. Durante os seis anos de seminário esforcei-me para sempre ter a vida de oração como prioridade. No trabalho da Igreja e, mais tarde, em África, no campo missionário, mantinha a ênfase na importância de uma vida aos pés do Mestre. Mas a fome de Deus tem sido algo crescente e insaciável em meu coração. Isso me lança numa busca constante de Deus e da Palavra para aprender os segredos da vida com Ele.

Em 1980, em Moçambique, adoeci mortalmente. Fui curada enquanto voava para a cidade da Beira para Maputo, a caminho da África do Sul, em busca de socorro médico. No ano seguinte, no dia do meu aniversário, olhando para trás fiz um balanço da minha vida. Estava em crise. Era a única missionária evangélica num País comunista e em guerra, fome e miséria. Cada pessoa que levava para o hospital morria na mesma semana. Não posso esquecer no dia em que estava novamente no necrotério, dando banho no cadáver enregelado de uma criança que, de tão raquítica, cabia na palma de minha mão. Um mês atrás estivera ali dando banho no cadáver de sua mãe, preparando-o para a sepultura. Meu coração gemeu: "Ó Deus, onde está o teu poder? Sinto-me tão impotente nesta África assolada por tantos males!"

Naquele dia de aniversário chorei muito diante de Deus. Clamei: "Quero conhecer-Te como não Te conheço agora. Revoluciona a minha vida e o meu ministério."

Voltei-me para a Bíblia e para a oração, mais do que nunca. Fizera um voto: "Gastarei mais tempo contigo." O Novo Ano chegara e, com ele, desafios de conhecer a Deus. Resolvera ler o Velho Testamento durante aquele ano duas vezes e o Novo doze, o que fiz, tudo regado com muita oração, especialmente nas madrugadas.

Passei por toda a Bíblia marcando e colorindo assuntos. Todos os princípios numa cor, as promessas em outra, os mandamentos em outra, as orações em outra, as expressões de louvor e adoração em outra e assim por diante. Marquei no Livro dos Salmos e em toda a Bíblia as expressões que falam dos atributos de Deus, minha resposta a Ele e tudo o que Ele faz. Usava, então, os versículos coloridos como fonte de orações e louvor e adoração. Ao mesmo tempo comecei a treinar os alunos do Instituto Teológico, do qual era Diretora, em orações de louvor e adoração. Mas quantas vezes o vocabulário se esgotava e meu coração queria ir além! Que fome de Deus!

Foi um ano das mais revolucionárias mudanças em minha vida. O Senhor estava me ensinando os princípios que governam os diversos tipos de oração. Certo sábado estivera visitando os membros da Igreja e examinei os olhos de uma senhora com conjuntivite. No sábado acordei de madrugada sem poder abrir os meus. Estava com conjuntivite. Os olhos pareciam duas bolas. Como a situação médica do país era difícil, havia estudado como aplicar tratamentos naturais. Portanto, fui à cozinha e preparei o tratamento indicado: cataplasma de cenoura ralada com argila. Deitei-me com a tal venda nos olhos e liguei o gravador no Evangelho de Mateus.

Às 6:00hs. Removi o cataplasma, mas não havia alteração, pois o processo natural é lento. Continuei ouvindo a leitura. O versículo 21 do capítulo 21 entrou como flecha em meu espírito. "Se tiverdes fé..." Pulei da cama e disse: "Senhor Jesus, impõe tuas mãos sobre meus olhos agora mesmo. Eu creio!" Comecei a louvá-Lo. Sabia, que sabia, que estava curada. E estava.

Fui para a Igreja naquela manhã, bastante eufórica! Um jovem logo me abordou: "Irmã, um colega, discutindo comigo sobre a existência de Deus, disse-me: "Dê-me uma prova de que Jesus está vivo." Respondi: "Tenho uma fresquinha. Às 6:00 da manhã de hoje pedi-Lhe que impusesse as mãos sobre meus olhos com conjuntivite e me curasse. Olhe para eles. Completamente limpos!" Aprendi a apropriar-me das promessas.

Cerca de dois meses mais tarde, minha empregada adoeceu. No terceiro dia da sua ausência, estava orando em meu escritório, com o rosto em terra: Senhor, preciso da minha empregada." A voz suave do Espírito veio ao meu coração e me assustou: "Levanta-te, vai lá e a unge-a com o óleo em nome do Senhor." Levantei a cabeça rápido como uma bala, abri os olhos, ainda sobre os joelhos, de braços cruzados, e bradei: "O quê?" A palavra veio a segunda vez. Repliquei: "Mas eu nunca fiz isso! Nem sei como se faz!" Mas obedeci. Tomei um vidrinho e coloquei óleo nele e entrei no carro, tremendo. Isso não fazia parte dos hábitos da Igreja a que pertencia, nem seria por ela aprovado.

Encontrei a empregada com febre, dores na coluna, deitada numa esteira. Pela primeira vez em minha vida, impus as mãos sobre um enfermo, após ungí-lo, e gritei: "Coluna, sê separa, em nome de Jesus!" Cura instantânea! Fiquei abismada! Mas a fé se levantou. Era um novo passo na vida da oração.

Fazia três anos que orávamos por um lugar para a construção de uma casa para uma das congregações. Construção bem simples. Ela se reunia numa escola, mas o governo comunista havia proibido e agora os cultos eram feitos no fundo de um quintal. Estávamos reunidos e abri a boca para orar mais uma vez. No meio da oração fui subitamente interrompida por uma forte impressão de que Deus não era o problema e mudei a forma de orar, dizendo: "Satanás, Deus quer que tenhamos um terreno; não é Ele quem o está segurando; és tu. Eu te ordeno: tira tua mão do lugar e solta nosso terreno, em nome de Jesus! Solta-o agora!" Era um domingo à tarde. Na quinta-feira voltei àquela vila e fui informada de que haviam surgido dois terrenos. E o mais curioso é que um deles pertencia a uma irmã que estava orando conosco todo aquele tempo. Aprendi mais um princípio na vida da oração.

Não demorou muito e eu estava em meu escritório estudando orar em línguas. Era o segundo dia consecutivo. Não tinha ouvido ninguém orar assim, mas meu coração ansiava fazê-lo. De repente, enquanto estudava e analisava textos em várias traduções da Bíblia, bem longe de uma experiência emocional, meu espírito explodiu, para minha surpresa, em orações e cânticos em outras línguas não aprendidas com minha mente. Começava ali um fluxo ininterrupto de orações no Espírito. Um tremendo recurso para a vida de oração e adoração a Deus. Era mais um passo.

Em meio a experiências como essas, alguém me enviou uma série de fitas cassete de Kenneth Hagin, contendo um Seminário sobre Oração. Ali ele falava sobre diversos tipos de oração. Comi as fitas e ouvi-as várias vezes. Como ministraram ao meu espírito! Confirmavam o que vinha descobrindo sobre princípios que governam diferentes tipos de oração, acelerando outras conclusões. Até hoje não deixei de estudar sobre o assunto. Não há limite no conhecimento das coisas de Deus. Considero indispensável o discernimento das diversas necessidades e dos princípios que governam os diferentes tipos de oração, para que haja uma resposta adequada. Sempre que assimilamos os princípios do Reino de Deus, tão claramente expressos na Bíblia, iluminados pelo Espírito, teremos condições de tudo fazer em perfeita harmonia com eles e, conseqüentemente usufruir de todas as bênçãos que Ele nos reserva.

2 - Resenha dos Tipos de Oração
Oração é algo sério, específico, objetivo, e segue as regras e princípios da Palavra de Deus. É a tentativa de orar em desarmonia com eles que resulta em uma experiência frustrante de não ver as orações e súplicas respondidas.

O assunto sobre oração é bastante vasto na Bíblia, pois implica em toda a vivência cristã. Contudo buscaremos encontrar uma visão panorâmica da matéria, com o fim de conhecer as principais diretrizes.

Vamos aqui apresentar, em forma de esboço, antes de descermos às particulares, um resumo dos diversos tipos, formas, recursos e armas de oração, a fim de facilitar o aprendizado. Assimile-os bem e isso facilitará a análise de cada necessidade de oração surgida, a fim de que você possa ir a Deus de acordo com os princípios que Ele estabeleceu.

I - TIPOS E NÍVEIS DE ORAÇÃO

"Oh! Tu que escutas as orações, a Ti virão todos o homens, pois a oração dos retos é o Teu contentamento!" (Sl. 65:2; Pv. 15:8b).

Poderíamos classificar as orações em três níveis: Deus, Nós e os Outros. Dentro dos três níveis, temos sete tipos de oração: Três no nível de Deus, três no nível pessoal e um no nível do outro. Vamos esboçá-los:

A. Deus como centro das nossas orações

Há certa orações que são dirigidas a Deus, por causa de Deus mesmo, o que Ele é, o que Ele faz e o que tem feito por nós. Outra coisa não busco, senão apresentar-Lhe minha gratidão, louvor e adoração. O motivo do meu relacionamento, da minha oração, não sou eu, nem uma necessidade minha, não é o outro ou sua necessidade, mas é Deus. Quero me concentrar nEle. Dentro desse nível, temos três tipos de oração: ações de graça, louvor e adoração.

1. Ações de graça
É a expressão do nosso reconhecimento e gratidão a Deus pelo que Ele nos tem feito. Estamos encantados com suas dádivas que nos beneficiam. Basicamente é a oração que expressa gratidão a Deus pelas bênçãos que Ele tem derramado sobre nós.

2. Louvor
A oração de louvor é um passo além das ações de graça. São expressões de louvor e exaltação a Deus, não necessariamente pelo que Ele me faz, mas pelo que Ele faz como um todo pelos outros ou no universo. Sua criação, Seus poderosos feitos. O louvor, portanto, se concentra nas obras de Deus. Louvar é reunir todos os feitos de Deus e expressá-los em palavras, numa atitude de exaltação e glorificação ao Seu Nome, que é digno de ser louvado.

3. Adoração
O tipo de oração que exalta a Deus pelo que Ele é. Concentra-se no caráter de Deus, nos Seus atributos, na Sua Pessoa. É a entrada no Santo dos Santos, para responder ao amor de Deus. Ali nada fala do homem, mas de Deus. É o reconhecimento do que Deus é. É a resposta do nosso amor ao amor Divino.

O Salmo 100 apresenta os três tipos de oração no nível de Deus: "celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras. Servi ao Senhor com alegria, apresentai-vos diante dEle com cântico. Sabei que o Senhor é Deus... entrai por suas portas com ações de graça, (ações de graça) e nos seus átrios com hinos de louvor; (louvor) rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome". Porque o Senhor é bom, a Sua misericórdia dura para sempre" (adoração) (Sl. 100:1,2,4).

O Salmo 95 também apresenta essa progressão. "Vinde, cantemos ao Senhor, com júbilo, celebremos o Rochedo da nossa salvação. Saiamos ao seu encontro, com ações de graça (ações de graça), vitoriemo-lo com Salmos (Louvor). Porque o Senhor é o Deus supremo, e o grande rei acima de todos os deuses..." (Sl. 95:1-3). Lendo o restante do Salmo, vemos que prossegue na adoração, ressaltando os atributos de Deus.

Começo agradecendo, passo para o louvor e termino amando a Deus, adorando a Deus. E adoração é a forma mais elevada de oração. No Velho Testamento só o Sumo Sacerdote podia chegar ao lugar de adoração, o Santo dos Santos. Mas glória a Deus que hoje não é assim. Todos nós temos acesso àquele luar onde só Deus e nós nos encontramos, o lugar de plenitude.

Esse nível de Deus é o que deve dominar a nossa vida. Quando falamos de orar como um modo de viver, referimo-nos a este nível. O tempo todo com uma atitude de gratidão, de louvor e adoração. É um relacionamento. Logo ao despertar, você vai agradecendo a Deus o sono, a cama, a casa, a água, o alimento, tudo. Nada de reclamações, de murmuração, mas de exaltação. Já se levanta dizendo: "Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele. (Sl. 118:24)."

Esses três tipos de oração você pode fazer o tempo todo.

B - Nós mesmos como o centro das nossas orações
Aqui vou a Deus por causa de uma necessidade pessoal. Existe alguma circunstância em minha vida precisando ser alterada, alguma decisão a tomar ou algum fardo sobre meus ombros. Embora falando com Deus, o foco da atenção é a satisfação de necessidades pessoais. Busco uma resposta para a alteração de alguma circunstância em minha vida que está fora dos padrões de Deus para mim. Nesse nível temos também três tipos de oração: Petição, Entrega e Consagração.

1. Petição ou Súplica
É "um pedido formal a um poder maior." É a apresentação a Deus de um pedido, visando satisfazer uma necessidade pessoal, tendo como base uma promessa de Deus. Nesse tipo de oração, já tenho o conhecimento de qual é a vontade de Deus, pelo que o pedido será feito em fé, com a certeza da resposta, antes mesmo da sua manifestação, de acordo com Marcos 11:24: "Por isso vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco".

2. Consagração ou Dedicação
É uma atitude de submissão à vontade de Deus. Essa oração é para as ocasiões em que a vontade de Deus é desconhecida. Há uma circunstância em que preciso de direção; não sei o plano de Deus para aquele assunto, em particular. Aqui exige espera , consagração e inteira disposição de conhecer e seguir a vontade do Pai. É mais uma atitude de rendição, busca e submissão, com o propósito de obediência quando a direção vier.

3. Entrega
é a transferência de um cuidado ou inquietação da minha alma, para Deus. Há uma circunstância em que os cuidados, problemas e inquietações da vida e batem à porta, então assumo uma atitude de transferência destes para Quem tem condições de carregá-los: meu Deus. Está é a oração em que lanço os fardos sobre o Senhor, com um conseqüente descanso.

C. Os outros como centro das nossas orações

Intercessão:
Aqui vou a Deus como sacerdote, como intercessor, levando a necessidade de outra pessoa. Interceder e colocar-se no lugar de outro e pleitear a sua causa como se fosse própria. O motivo primeiro deste tipo de oração é ver a circunstâncias alteradas na vida de outrem. Exige bem mais do que os outros tipos e merecerá um estudo à parte.

II - FORMAS DE ORAÇÃO
Há três formas pelas quais você pode apresentar todos os tipos de oração: Privada, concordância e coletiva.

A. Oração privada (a sós)
"Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta, orarás a teu Pai que está em secreto; e teu Pai que vê em secreto, te recompensará" (Mt. 6:6). Aqui fala do relacionamento pessoal. Não indica necessariamente que sempre que se ora deva-se estar só, fisicamente, pois alguém pode se isolar com o Pai no meio da multidão, tendo o coração totalmente voltado para Deus, e pode estar no meio da multidão, mesmo estando sozinho.

B. Oração de concordância (dois ou três)
"Em verdade vos digo que se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que porventura pediram, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos Céus. Porque onde estiverem dois os três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles" (Mt. 18:19,20)

a oração de concordância é aquela quando duas pessoas, de comum acordo, na mesma fé e no mesmo pensamento, apresentam uma questão a Deus, dentro da Sua Vontade.

C. Oração coletiva (o grupo)
"Ouvindo isto, unânimes levantaram a voz a Deus e disseram..." (At. 4:24)

A oração coletiva é a de concordância multiplicada. É quando um grupo se une, no mesmo parecer, e apresentam juntos a sua petição. Há um poder tremendo neste tipo de oração.

Qualquer dos sete tipos de oração pode ser apresentado usando uma dessas formas.

III - RECURSOS DA ORAÇÃO
Há dois tremendos recursos na oração: O Espírito Santo e a Palavra de Deus. Os dois sempre caminham juntos. A palavra é a semente e o Espírito libera a vida que nela está.

A. Orando a Palavra (respaldando a oração com o que está escrito).

Toda oração, para que alcance seu efeito, tem que ser respaldada pela Palavra. Quem ora a palavra, já começa com a resposta. Quando uma petição é apresentada invocando as cláusulas da Constituição, não há outra alternativa, senão a resposta. O advogado da acusação não tem chance de ordenar, se você estiver dentro da Lei. Igualmente o Diabo não tem condições de roubar as suas bênçãos, se você apresenta suas orações de acordo com a Palavra. Logo, a Palavra é uma tremenda arma da oração e um recurso efetivo.

B. Orando no Espírito (oração em línguas).
O Espírito conhece a vontade de Deus, e é Ele quem nos dá consciência da Sua presença. Nem sempre sabemos orar como convém, todavia o Espírito conhece todas as coisas, portanto se oramos movidos pelo Espírito, oramos bem.

Existem aqui dois aspectos: Um é aquela dependência do Espírito, quando Ele se move em nós. Outro é quando oramos em línguas e em todos os tipos de oração, podemos orar a Palavra e orar em línguas.

IV - ARMAS DE COMBATE NA ORAÇÃO

A. A autoridade de Ligar e Desligar

"Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra, terá sido ligado no Céu, e tudo o que desligardes na terra, terá sido desligado no Céu" (Mt. 18:18).

A oração tem duas facetas: o encontro com Deus e a oposição satânica. O adversário sempre tenta roubar nossas bênçãos e se interpor no caminho entre nós e o Pai. Ligar e desligar fala da autoridade que temos em Cristo para resistir as forças que se nos opõem na vida de oração.

B. O Nome de Jesus Cristo
Ao nome de Jesus todo joelho tem que dobrar. Ele tanto nos ordenou ir a Deus levando nossas orações em Seu nome (Jo. 14:13,14), como nos deu autoridade de enfrentar Satanás também em Seu nome (Mc. 16:17). Jesus é a porta que nos abre os tesouros da graça e tranca os poderes do inferno.

C. A Espada do Espírito - A Palavra

A Palavra de Deus é tanto fonte das nossas orações, como arma de combate contra as forças das trevas. Ela é a espada do Espírito. Como tal, é arma para combater as interferências e maquinações inimigas.

D. O Sangue de Jesus

Apocalipse nos informa que os santos vencem, tanto pela Palavra, quanto pelo sangue do Cordeiro (Ap. 12:11). O sangue bendito garante nossa cobertura e atesta que Satanás não tem reivindicações sobre a nossa vida e pertencemos a Jesus.

Colocada está breve introdução aos diversos tipos, formas, recursos e armas de oração, vamos agora estudar cada um deles, buscando a luz do Espírito de Deus para que revolucione nossa vida de oração e nos lance numa nova dimensão na vida com Ele.

Extraído do Livro Tipos de Oração

Creio que ao orarmos publicamente, muitos de nós não têm a noção exata se está edificando ou enfadando aqueles que nos ouvem enquanto nos dirigimos a Deus. Em oposição a orações estudadas e formais, muitas vezes divagamos em nossas vãs repetições. Noutra situação é difícil dizer "AMÉM!", quando malmente se consegue ouvir o que foi dito pelo que ora. Queira Deus que aqueles que oram publicamente possam ser acompanhados, em atitude de adoração, e ao final, a congregação possa dizer com convicção e para a glória do Senhor: "ASSIM SEJA!".



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